Meu irmão,
meu amigo,
Nunca te
deixes subestimar,
Por nada nem
por ninguém.
Nem tampouco
te cortem as asas
Dos sonhos,
da vontade ou da vida,
Nem prezem o
valor que há em ti,
Não sejas
depósito residual de outros.
Nem aceites
nada pela metade,
Meias
verdades são meias mentiras,
São num todo
deslisura.
Menos ainda
meios amores,
Que de manhã
o parecem ser,
E à tarde
mostram que não,
Caindo a
noite num vazio inútil,
De nada ter,
nada ser nem colher.
Acordarás no
dia seguinte,
Sem saber
com que contar,
Apenas
aquela angústia sufocante.
Não
mendigues afectos,
Ou atenção e
respeito que mereces
(Como
qualquer ser humano).
Nem que te
coartem as palavras,
(Por mais
banal a conversa)
Quando a
vontade não é ouvir-te,
Mas apenas
te contradizerem
Para
justificarem seus instintos.
E se algum
dia alguém te abandonar
Mesmo que
por algum erro teu,
Isso meu
irmão, meu amigo,
Não foi mais
que uma desculpa
P’ra te
descartar e ficar de consciência limpa.
Muito menos
esperes humildade,
Que não se
mede apenas em palavras,
Mas nas
atitudes que as acompanham.
Não aceites
migalhas meu irmão,
Não corras
por quem não te procura,
Nem por quem
não chama por ti.
Deste de
peito aberto o que há em ti,
Se amares
demais não te importes,
Desde que
não percas o teu ser.
Fizeste a
tua parte, foste tu,
Inteiro,
íntegro e impoluto.
Meu irmão,
meu amigo,
Não te
consumas com intrigas,
Enredos e
implicâncias
Que são de
outros que não teus,
O teu mundo
não é esse,
Não são
feiras de vaidades.
É simples e
escorreito,
Na
autenticidade dos sentimentos,
Como quem
tão bem te conhece
O reconhece
e valoriza.
Isso, meu
amigo,
É o mais
importante
E que fica
intacto no final.
(Abril 2016)