sexta-feira, 8 de outubro de 2021

perguntei ao mar

perguntei ao mar por alvíssaras 

do reino encantado onde um dia

vislumbrei por entre a neblina

uma sereia e seus encantos

em tudo iguais no seu ser

às histórias de encantar e sonhar


que só uma inocente criança entende

ou um homem feito na sua inocência

e em cujo peito ainda acredita

que a magia dos gestos e sentires

dos olhares transparentes, simples

ainda existem neste universo


que a beleza e candura são possíveis 

e que o tempo traçado dia a dia

torne recto este mundo controverso

e que das linhas e traços tecidos

com ardor, paciência e vontade

se desbrave um rumo certo


e é esse o caminho do homem feito 

acreditando na sua esperança 

dando e fazendo aquilo que é

em todo o seu ser e sentir

construindo pedra a pedra

aquilo que partindo de si, se dá 


sem fadiga, sorrindo serenamente

pois que são sorrisos o que procura

nos afagos que docemente acaricía

apenas por ser mel e bem-querer 

o que do seu peito brota 

levando o calor, colo e ternura

a essa sereia bela e encantada 

que tanto encanta no seu canto

na sua voz, rosto e ah...no seu sorriso


e o mar não responde mas 

entoa àquele homem feito,

tal como à criança que na praia 

corre e salta e pula e faz castelos,

canções de embalar e acalmar

que as ondas claras transmitem

ao abraçarem a areia fina


e a criança alegre entende

e molda o seu castelo e ameias, 

e o homem feito entende

que o sonho se constrói com as mãos


(Adriano Costa, 7 de Outubro)