terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

NO BAR IRLANDÊS

11-02-2012

No bar irlandês

No refúgio reconfortante,
quente e humano,
constratando com o frio
gélido e cortante da rua,
desse bar acolhedor,
procurei anciosamente
por entre mesas,
cadeiras
e alegres conversas,
a tua almejada presença,
a tua curvilínea silhueta
dum corpo lindo e perfeito
que tanto me encanta
me seduz e extasia.
Meu olhar cruzou-se
com alguém que não eras tu,
mas seguro avancei,
sabia que estavas com ela.
Então vi-te,
a respiração parou,
meu coração acelerou
numa cadência desenfreada
iluminando meu rosto.
Teus olhos sorriram
teus lábios se abriram
naquele cumprimento
tão teu
tão doce
tão peculiar
tão familiar.
“olá boa noite!”
... e tudo em meu redor,
em todo o universo,
para mim parou.
Como numa viagem de sonho,
única na minha existência,
mil e uma vibrações
e emoções encantadas,
me atordoaram,
me paralizaram,
me descontrolaram.
Meus sentidos
meus olhos
meus ouvidos
minha alma,
tudo em mim
se fixou apenas em ti,
no teu rosto
nos teus lábios
na tua sensualidade
no teu interior tão belo
puro e cristalino.
Alguém falava para mim,
mas nada mais
nem mais ninguém,
no meu espírito existia,
num incontrolável sentimento.
Todo o meu ser estremecia,
minha alma e meu corpo
se fundiram de encantamento,
meu peito ardia de emoção,
de ternura e paixão,
de embriaguês emotiva,
queria explodir e transbordar
todo esse nobre sentimento.
Minha voz e movimento
em pleno se desarticularam,
nem uma palavra,
nem um gesto
mais se articularam,
naqueles momentos inolvidáveis,
insondáveis
e tão virgens em mim.
Balbuciei qualquer coisa,
sem nexo
sem sentido,
de voz embargada
pedi algo,
o que foi não importa.
E mesmo não tremendo,
e sem os tombar,
a chávena entornei,
o copo balanceou.
Despertei por respeito
e às vozes à volta
dei atenção também.
Lentamente fui repondo,
forçosamente fui controlando
todo esse mar e turbilhão
de sentidos e emoções,
que de tão sentidos,
tão emotivos,
eternamente em mim ficarão,
de algo que assim nunca senti,
de cousa que nunca vivi.
Continuei a olhar-te,
a ouvir-te,
embevecido e terno.
E porque mais não posso,
não devo,
nem docemente
meus lábios pousar
naquilo que me é dado olhar
e sentir,
fica o desejo do beijo,
do mel ávido e sedento,
suave e meigo,
de pegar tuas mãos,
de acariciar tuas faces,
de te afagar com ternura,
de unir num só os corpos
num abraço envolvente,
cúmplice e reconfortante,
como aquela noite.
E resta fechar os olhos
e saborear carinhosamente,
esse longo e eterno momento.


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