sexta-feira, 13 de abril de 2012

CAVALGADA NO TEMPO

13-04-2012

Bem no meio da pradaria,
ou de um planalto palco de um ensaio
que transforma cenas em nossas vidas
nasceu um potro um dia,
cresceu e ganhou corpo
num cavalo se tornou,
ávido de saber e de louco também,
daquela sã loucura de sentir,
de crina ao vento desalinhada,
num trote desenfreado
pela ânsia de correr e viver,
pela vontade e pela liberdade,
por entre montes e vales
pelas areias da praia
sentindo em suas crinas
o cheiro calmo da maresia
o suave embalar das ondas do mar.
Entre os seus se diferenciou,
ganhou asas e foi voando,
entre a manada a líder chegou
seu tempo marcou e deixou.


qual Ícaro sonhador,
tentado pelo calor do amor,
não pelo poder da soberba.
Entre o sonho e a realidade,
esperanças e alegrias foi dando,
contrariando o que lhe diziam,
por entres outros da manada,
aos seus sonhos se entregava
se dispunha e se dava,
não por ser de fácil adestro,
nem de fracas sujeições,
mas por ser assim o seu crer,
por ser assim a sua essência.
De retorno seus semelhantes,
seus amores e desamores,
o admiravam e o sentiam
não o queriam magoar diziam,
mas é assim que faz doer,
e por tal carisma e bondade,
preferiam nele ter o seguro amigo,
o cavalo à solta
pronto a qualquer momento,
de as guiar e levar
pela pradaria correr e saltar,
com medo de assumirem
de perderem as rédeas que são suas,
medo que suas passada as pudessem limitar
como outros cavalos da manada
que lhes cortam essa liberdade,
e é assim que ele cresce sofrendo.
Mas oh Manitu das pradarias,
Oh Orixás da selva Africana,
não vedes que sendo cavalo,
tão amante da liberdade,
a vossa liberdade quer manter,
e o vosso atento e alento respeito?
Que a lealdade de um cavalo
se vê ao desprendê-lo,
libertando-o nos espaços abertos
onde cavalga e se solta,
para de novo voltar?
Por querer e gostar?
Que assumir qualquer verdade é libertar-se
dos complexos dos outros,
é ficar livre em si mesmo,
no que a sua intuição e querer,
a vontade manifestar.

Procurando seu rumo, seus traços
seus caminhos e labirintos,
calmamente vai trotar,
sua fúria seus adventos,
suas dores e seus compassos,
erguer suas patas num relinchar,
de crina e cabeça erguida,
preparar seu galope.
Mudar sua entrega e sua forma de cavalgar?
Questiona-se o cavalo muitas vezes,
na manada dizem que sim,
“faz-te difícil, não te disponibizes tanto”,
mas adulterar-se em vão,
deixer de ser e sentir o que é?
Talvez troteando na areia da praia,
nas asas do vento trazidas do mar
ele encontre resposta!


1 comentário:

  1. Solta a tua crina ao vento, deixa-te levar nas suas asas, corre pela vida e verás que sem esperares vais encontrar o que tanto procuras e esse cavalo que corre liberto se encontrará numa pradaria serena onde os pastos sejam o amor e a tranquilidade. Parabéns

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