sábado, 21 de abril de 2012

TIC-TAC (o tico e o teco)

21-04-2012

Há em todos nós
uns sempre
outros num alegado tempo
dois bateres diferentes
no relógio da nossa mente,
não é por defeito
mas por qualquer outra razão
que uma vez faz tic
logo a seguir faz tac,
umas vezes diz que sim
outras diz que não,
chega a noite e diz que quer,
vem o dia e já não quer,
dum lado mora o anjo
do outro logo ali à espreita
o diabo quer morar,
no meio está a tua intuição
o teu tino 
e o teu ritmo
quanto baste,
quer falar a razão
e calar a voz do coração,
mas a razão por vezes
tem razões
que ela própria desconhece,
nem a lógica a encontra,
quando digo tu
digo eu também,
habita em nós ao mesmo tempo.
nuns torna-se um hóspede,
noutros ordem de despejo,
um e outro se contradiz
lança em nós a confusão,
vem um diz que a razão chama,
outro que leva noutro sentido,
esquecendo aquele que diz
que apontando um dedo,
tem outros três que lhe apontam.
E este tic-tac permanente,
que umas vezes é favo de mel,
outras o travo do fel,
só pára e acalma,
quando o coração sentido
deixar de o medo sentir
e trocar as batidas
por outras mais seguras.
Qual deles irá vencer?
Aquele que cada um de nós
mais a fome alimentar! 


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